Funap e Mackenzie possibilitam graduação de reeducandas – Fundação "Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel" – Funap

Funap e Mackenzie possibilitam graduação de reeducandas

Quinze delas, ainda no sistema prisional, irão receber curso de graduação; elas garantiram que estudos mudarão suas vidas


Convênio entre a Fundação “Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel” (Funap), vinculada à Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) de São Paulo, e a Universidade Presbiteriana Mackenzie irá graduar 15 reeducandas em cursos de nível superior (tecnólogos).

As graduações são reconhecidas pelo MEC e têm duração de dois anos. Ao final dos cursos, a instituição de ensino acompanha por mais cinco anos as formadas, buscando inseri-las no mercado de trabalho.

Na última sexta-feira (02), evento na unidade Mackenzie da capital paulista detalhou, a autoridades e convidados, as diretrizes do convênio e o plano de estudos que as detentas devem receber, na modalidade EAD (Educação a Distância).

Além do diretor-executivo da Funap, Henrique Neto, estiveram presentes o Procurador-Geral de Justiça do Estado, Gianpaolo Poggio Smanio, o reitor do Mackenzie, Benedito Guimarães Aguiar Neto, professores, convidados e a coordenadora do projeto, Ana Lucia Fontes de Souza Vasconcelos, responsável ainda pelo mestrado em controladoria e finanças empresarias na instituição de ensino.

Com o marido, o também professor Marco Túlio de Castro Vasconcelos (vice-reitor), Ana Lúcia trouxe a ideia do curso superior às reeducandas, há cerca de dois anos, depois de uma visita a Portugal, por meio de intercâmbio do Mackenzie com o Instituto Politécnico do município de Guarda, órgão onde projeto semelhante foi implementado.

A concretização do programa, no entanto, foi possível após análise da viabilidade e anuência da Funap, já com bastante know-how relacionado à aplicação de cursos técnicos a reeducandos das inúmeras unidades prisionais existentes no Estado.

Escolha

De acordo com a professora Ana Lucia, a escolha das reeducandas para cursar a graduação passa por psicólogos da instituição, que analisam, a princípio, critérios técnicos, como a necessidade de ter a candidata concluído o ensino médio. “Depois, buscamos saber quais são as que querem realmente aprender e mudar”, observou a docente do Mackenzie.

Martha Letícia de Meireles Anizeu tem 24 anos e foi uma das escolhidas para participar do programa. Condenada a mais de cinco anos por tráfico de drogas – sua única condenação -, está há três atrás das grades e esperançosa de ter a vida completamente mudada ao se formar e ganhar definitivamente a liberdade.

“Cada aula é um novo olhar sobre a vida. Quero ser uma cidadã de bem e estou tendo todo o respaldo para isso. Quero fazer por todos tudo o que estão fazendo por mim”, disse ela, que escolheu cursar gestão em recursos humanos.

Acompanhando Martha, Jaqueline Alves de Lima, de mesma idade e companheira de classe, disse não imaginar se reerguer sem o suporte recebido por meio do convênio. “Não sabia que seria assim”. Também presa uma única vez, acusada de envolvimento com venda de drogas, afirmou ter recebido “uma chance que está mudando minha vida”.

Ao discursar aos presentes, Henrique Neto lembrou da frase da reeducanda e garantiu que mudar vidas, sempre para melhor, é o objetivo primordial da Funap. “Nós temos várias iniciativas e um longo caminho, que exige identidade de pensamento e vontade das pessoas. E tenho certeza que essa é a vontade da Funap, do Mackenzie, do Governo do Estado, junto com a vontade de vocês. Sei que vamos ter muitos resultados positivos, como esses que estamos tendo agora”, concluiu o diretor-executivo da Funap.

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